Leisa Costa

Sejam bem-vindos!
Neste blog compartilho experiências da minha prática como professora de educação infantil e pedagoga.

Temas como uso das TICs na prática pedagógica e inclusão são os que procuro compartilhar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

“HISTÓRIAS DE JERERÉ” – Compartilhando uma experiência de aprendizagem colaborativa na Educação Infantil

UTILIZANDO AS NOVAS TECNOLOGIAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

“HISTÓRIAS DE JERERÉ” – Compartilhando uma experiência de aprendizagem colaborativa na Educação Infantil

Por: Leisa de Souza Moreira Costa








As crianças que fazem parte do nosso dia a dia na escola chegam desejosas de encontrar no espaço escolar oportunidades de conhecer o mundo que as cerca compartilhando suas experiências e vivenciando outras e cabe ao professor ser mediador nesse processo. Como afirma SAMPAIO


“Compreendê-los como sujeitos de conhecimento, com seus modos singulares de ser, pensar, fazer, aprender e viver é, para muitos de nós – professores/professoras – ainda um desafio.” (KRUG, 2007)


Nesse contexto de desafios, os projetos nos auxiliam a aprender compartilhando. Num trabalho com projetos fica evidente uma concepção de ensino que privilegia a reflexão e a comunicação e que vai muito além de uma metodologia.


Uma experiência vivida numa classe de educação infantil na rede municipal do município de Niterói mostrou-me que existem possibilidades de criar na escola espaços onde nossos alunos possam vivenciar momentos de aprendizagem colaborativa e prazerosa.


Diante da dificuldade inicial de trabalhar com a turma, onde muitos dos alunos tinham dificuldades de brincar e desenvolver atividades no grupo, alguns chegando a rejeitar os colegas e demonstrando agressividade, surgiu a necessidade de encontrar uma forma de penetrar nesse grupo e, à partir daí intervir e mediar momentos de aprendizagem coletiva.

Nossas rodas de conversa, inicialmente eram momentos de tensão onde surgiam vários atritos que tornavam difícil a comunicação. Como aprender com o outro sem ouví-lo, sem respeitá-lo, sem conhecê-lo?

Numa reunião pedagógica onde refletíamos sobre o papel do outro na educação, minha mente viajou para o que seria a “chave” ou, melhor dizendo, qual seria a forma de alcançar a turma e desenvolver um trabalho.

Foi então que vieram as lembranças dos momentos de aparente desordem onde entravam no refeitório correndo e começavam a falar:

-Cuidado! Tem leite entornado! É leite de Jereré!

-É, tem veneno!

Assim era o diálogo dos mais “levadinhos” da classe.

Mas, o que é uma Jereré? Pesquisei na Internet, perguntei a várias pessoas e não consegui descobrir aquela Jereré da qual eles falavam. Então, numa roda de conversa que começou no mesmo clima das outras, perguntei:

-Afinal, o que é uma Jereré?

Assim surgiram os depoimentos, numa explosão de criatividade. Cada qual queria falar com mais entusiasmo:

-A Jereré é uma cobra!

-Não! É um sapo gigante!

-Não! É uma cobra-sapo!

Todos aceitaram a última alternativa e a partir daí começou a ser criado um ser horripilante, terrível, uma mistura de animal e ser mitológico que pode ser descrito pelos alunos e foi ganhando forma através de seus desenhos e modelagens. Foi ganhando características de um animal, despertando os alunos para novos conceitos, novos conhecimentos. E o mais importante: foi dando a esta turma a sua identidade como grupo.

A criação tomou força e contagiou toda a escola. Daquela conversa surgiu o projeto desenvolvido para a turma. Como produto, a confecção da Jereré gigante, seu ninho com ovos, a definição do seu hábitat, livro de textos da turma sobre as histórias da Jereré e também um filme criado na oficina de Stop Motion, no curso CEDERJ, que foi adaptado para ser exibido na mostra pedagógica da escola.

A construção da “Jereré” foi um processo de muitos e bons conflitos que estimulou a turma e trouxe o prazer da aprendizagem em grupo, da sala de aula como local de amizade, de colaboração, de criações coletivas e de respeito mútuo. Ajudou a turma no processo de interação e no desenvolvimento das relações interpessoais. E o que vejo como mais importante, trouxe a cada um deles a possibilidade de ver-se como ser criativo. Quando viram a “Jereré” no filme, viram sua co-autoria num trabalho que foi muito significativo para o grupo. Quanto a isso Moran afirma que:


“Ajudar o aluno a que acredite em si, que se sinta seguro, que se valorize como pessoa, que se aceite plenamente em todas as dimensões da sua vida. Se o aluno acredita em si, será mais fácil trabalhar os limites, a disciplina, o equilíbrio entre direitos e deveres, a dimensão grupal e social.”

Concluo usando as palavras do mesmo autor, que fala que os avanços virão por uma educação positiva e que é necessário começarmos pela “nossa capacidade de aprender e de mudar”. Essa mudança diária em nossa prática é o que precisamos para uma educação de qualidade.

Essa experiência poderia ser a de qualquer professor. Para mim não foi a primeira e espero poder viver muitas outras, pois acredito que somos seres criativos e também seres aprendentes. Aprendemos à partir dos desafios e nos superamos a cada dia pela nossa capacidade de criar.


Bibliografia

MORAN, José Manuel, A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá . Campinas, Papirus, 2007.

SAMPAIO, Carmen Sanches. Mediação Pedagógica – O papel do outro no processo ensino-aprendizagem. In KRUG, Andréa Rosana Fetzner, organização “Ciclos em Revista” . Rio de Janeiro. WAK Ed., 2007.



Ninho e ovos da Jereré






Trabalhando com projetos

PROJETOS – desafios em nossa prática pedagógica



Todos nós conhecemos a importância dos chamados projetos em nossas vidas.

Para falarmos a verdade, em nosso dia-a-dia, nunca paramos de planejar. A maioria das decisões que tomamos não é imediata, mas passa por um processo mental de avaliação de alternativas e escolha de opções.

Quando nos deparamos com algum desejo ou desafio, decidimos por antecipação o que queremos fazer, e também como e quando fazer, quanto ou o que será necessário para que alcancemos o nosso objetivo.

Um projeto é então uma atividade que organizamos para alcançarmos um fim. No nosso fazer pedagógico os projetos surgem como uma forma de dinamizarmos nossas aulas, fazendo com que o processo de aprendizagem tenha um maior significado para os nossos alunos. É necessário fazer um diagnóstico. Uma vez conhecendo nossos alunos, precisamos despertar neles o interesse pelo saber e isto só vem com a liberdade para interagir, para desenvolver e expressar suas opiniões. É sentindo-se parte do processo que ele se sentirá estimulado e construirá seu conhecimento.

Um projeto então deve ser feito quando existe uma necessidade de solucionar algo. Em nosso dia-a-dia temos a necessidade de estimular nossos alunos. Tantos vem para a escola já com muitos problemas e até mesmo “desenganados” por uma sociedade que exclui e que oferece tão poucas oportunidades. É um desafio para nós educadores tentarmos mudar esse quadro. Como podemos contribuir para que essas crianças e jovens que passam pela nossa sala de aula, pela nossa escola a cada dia sejam beneficiadas e tenham prazer em aprender. Precisamos instigá-las a buscar, a desejar o conhecimento. É como nos diz Freinet: é necessário “fazer o cavalo sentir sede” (FREINET, 1996). Sem sede não desejamos beber água.

Isto nos faz despertar para outro ponto. Não adiantará trazermos tudo pronto para os nossos alunos, achando que estamos lhe dando, transmitindo algo, como se tivéssemos esse poder. Precisamos ter sempre em mente que o conhecimento é construído, que nós não o transmitimos, e que essa construção só se dará com significado para os envolvidos no processo. Assim, a participação de todos os alunos é necessária na construção de um projeto pedagógico. O aluno só se sentirá instigado a aprender se sentir-se envolvido no processo ensino-aprendizagem. Ele precisa ver-se como parte do projeto a ser trabalhado, participando de todas as etapas de sua elaboração. Mesmo que nem todos participem da execução de todas as etapas, é necessário que participem de toda a elaboração.

Um projeto se faz com clareza do que se quer alcançar, por esse motivo deve ter descritas as formas de se alcançar o objetivo, o tempo previsto para a realização das etapas, que devem também estar bem definidas e como serão coordenadas as atividades.

Um projeto deve conter as expectativas do grupo, um objetivo claro para que não se perca. Em seu planejamento deve estar delimitado e descrito o que será necessário para sua execução, sem interrupções. O trabalho deve ser dividido em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma fase à outra.

Trabalhar com projetos dá unidade ao trabalho, desenvolve a autonomia e a responsabilidade dos alunos e dá um novo significado ao que se aprende. Em outras palavras, nesse sentido professor e aluno não estão apenas reproduzindo práticas, mas atuando como sujeitos no processo ensino-aprendizagem.


Para mim, com certeza, os projetos são desafios. Quando observo meus alunos, alguns tão pequenos e já marcados por tantos problemas, que chegam à escola desejando algo novo e prazeroso. Como motivá-los? Em alguns momentos bate aquele desânimo e parece não ser possível, mas aí vem o novo, que parte deles mesmos. Sempre um novo desafio!

O mais interessante é perder aquela ilusão de transmitir alguma coisa. Aí é que as trocas acontecem e eu novamente me vejo aprendendo com eles. Me supero a cada dia e os vejo superando tantas barreiras!



Os projetos nesse contexto, são muito mais que projetos de aula, para mostrar os trabalhos a quem quer que seja, mas são projetos de vida. Conhecimentos que são construídos, talentos que são descobertos, laços que são criados.

Desejo ter sempre essa novidade que o trabalho com projetos proporciona. A fuga da rotina, o prazer de trabalhar em grupo, de aprender com o outro fazem com que o nosso trabalho seja gratificante.

Leisa Costa Leitura complementar:

FREINET, Celestin. Pedagogia do Bom Senso. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996

segunda-feira, 5 de julho de 2010

UTILIZANDO O BLOG COMO RECURSO PARA NOVAS APRENDIZAGENS

ATIVIDADE: UTILIZANDO O BLOG COMO RECURSO PARA NOVAS APRENDIZAGENS
A atividade em questão foi planejada para uma escola de Educação Infantil que trabalha numa perspectiva de projetos. Cada grupo de referência, a partir dos interesses do grupo, desenvolve seus projetos com diversas atividades trabalhadas de forma multidisciplinar. Essas atividades desenvolvidas na escola geram diversos registros de fotos e textos coletivos.
Nada mais propício do que utilizar o Blog da Escola, para além da divulgação dos projetos, como um espaço de abertura para novas aprendizagens, mostrando aos alunos os recursos que a Web pode nos proporcionar como fonte de informação e pesquisa.
É importante esclarecer que cada grupo de referência trabalha com um determinado projeto e desse projeto surgem diferentes atividades e registros.
O foco desta atividade, portanto, é um projeto mais amplo, que engloba todos os projetos e atividades da escola.


PÚBLICO- ALVO: Educação Infantil
Alunos da UMEI Ellenir Ramos Meireles
Badu – Niterói

OBJETIVOS:

Apresentar a Web com fonte de pesquisa, informação e comunicação.
Utilizar a Web para divulgação dos projetos da escola e da comunidade envolvida, promovendo sua valorização cultural.
Utilizar o blog como um espaço de criação coletiva.

FERRAMENTAS UTILIZADAS:

Blog
METODOLOGIA:
Visitar o blog da escola.
Conversar sobre o que é um blog, para que serve, etc.
Conhecer outros blogs e sites relacionados aos projetos que estão sendo trabalhados, conhecendo a diversidade de opções de pesquisa e informação, como passeios virtuais, jogos, vídeos, etc.
Criar texto coletivo sobre a experiência proporcionada pela pesquisa e que conhecimentos foram construídos a partir dela.
Selecionar material dos projetos que estão sendo desenvolvidos pela turma para postagem no blog.
Divulgar o endereço do Blog para que as pessoas o visitem e incentivar que postem comentários, para que conheçam a importância da comunicação que o blog pode nos proporcionar.
Criação coletiva de comentários a serem postados em outros blogs.

CRONOGRAMA:
O cronograma será estabelecido de acordo com o desenrolar de cada projeto, considerando o caráter multidisciplinar da educação infantil.

AVALIAÇÃO:
A avaliação será contínua, considerando o grau de interesse e participação das turmas envolvidas, analisando as adaptações a serem feitas no decorrer do processo.

MATERIAL DE APOIO
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/journalContent.action?editionId=2&categoryId=8
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=22
http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod83230/pdf/Tecnologias%20trazem%20o%20mundo%20para%20a%20escola.pdf
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=24
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0000_formacao.htm

Confira algumas atividades realizadas pela escola:
http://umeielenirmeirelles.blogspot.com/